terça-feira, 26 de julho de 2011

A verdade vem sempre ao de cima # 8

Filipa acabou mesmo por ir. Na ultima semana de Agosto, quando as coisas pelo restaurante já estavam mais calmas, Filipa foi passar uns dias com o namorado. Nas horas das refeições trabalhavam no restaurante, depois aproveitavam o resto do tempo com pequenas coisas. Ambos estavam muito felizes, notava-se o brilho nos olhos. Certa noite, Quico estava a ver um jogo de futebol com o pai enquanto Filipa e a mãe do rapaz arrumavam a cozinha.
- Sabes ? Gosto de ti. És uma boa menina e fazes tão bem ao meu menino!
- Oh, não diga isso!
- Ora, é verdade. Ele tem andando tão mais calmo.
- Oh ele anda cansado, é normal que não saia como dantes.
- Não. Ele antes mesmo quando estava cansado, saia, nunca tinha hora de voltar, sempre foi muito livre e para dizer a verdade, eu e o pai dele deixamos isso acontecer, nunca tivemos muita mão nele. No tempo de aulas, ele saia igual, nunca dizia nada. Agora não, está mais calmo, está bem. Sinto-o. Ainda antes do acidente, voltou a estar assim! Aquela champinhie deu-lhe a volta ao miolo. Era louca. Mas ele não gostava dela. O ano passado ainda lhe achava piada, este ano nem sei como a namorou. Via-o triste quando estavam juntos, ela fazia dele gato sapato, e ele arrastava-se.
- O Quico é um bom rapaz, D.Rosa. Gosta de se fazer de mau e ser o maior cá da aldeia, mas no fundo é um doce.
- E foste tu que despertaste essa doçura, nele!
- Oh, não diga isso.
- É verdade. Acredita no que te digo, rapariga.

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