domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tempestade de Emoções # 45

XLV

As aulas estavam quase a começar e para que as férias terminassem em beleza, Salvador convidou Maria a passar uns dias nas Caxinas. Maria conseguiu convencer os pais na condição de levar Rita com ela. Rita acabou por fazer o jeito ao casalinho.
Os dias no Norte incluiam uma surpresa para Maria... Salvador mostrou-lhes tudo o que de bonito havia para ver nas Caxinas, passaram um dia no Porto, entre outras coisas...  As raparigas estavam a adorar. Rita ao contrário do que pensava, acabou pro não se sentir 'vela' pois tinha a companhia dos amigos de Salvador.
Numa das noites, Salvador, as meninas e os irmãos do rapaz sairam para supostamente irem tomar café.
- Entã, mas não iamos tomar café ? - perguntou maria, desconfiada, wuando o carro parou em frente a um prédio.
- E vamos.
- Quem é que mora aqui ?
- Já vais ver. - respondeu Salvador com um sorriso malandro.
- Oh, diz lá.
Tocaram à campainha , a porta do prédio abriu-se, subiram no elevador e quando sairam, estava numa das protas uma rapariga de cabelos louros com um grande sorriso. Maria reconheceu-a de imediato, não queria acreditar.
- Não posso! Mas, mas vocês disseram que ele ia ficar em Lisboa!
- És muito ingenua, princesinha. - brincou Salvador.

Maria estava muito envergonhada, queria muito conhecer o Fábio mas tinha sido apanhada completamente desprevenida...
- Entrem. O Fábio está a acabar de se arranjar, vem já. Maria, fico muito contente que esteja tudo bem contigo.
- Oh, obrigada. - sorriu timidamente.
- A Vitória está a dormir ?
- Sim.
- Então vamos falar baixinho.
- Ahah, não te preocupes, lá em cima ela não consegue ouvir.

Estavam todos em amena cavaqueira quando se ouviu alguém descer as escadas.
- É agora! - disse Maria entre dentes. O seu coração batia acelaradamente. Agarrou o braço de salvador com alguma força e este riu-se.
- Ora boa noite! - cumprimentou-os Fábio com um belo sorriso. - Hm, deixa-me adivinhar, tu é que és a Maria.
- Sou. - respondeu Maria.
Salvador estava a conter o riso.
- Calma lá, isto não é assim. - brincou. - Eu faço as apresentações. Maria, este é o meu amigo Fábio Coentrão, também conhecido por melhor defesa-esquerdo do mundo e arredores, não sei se já ouviste falar.
Todos se riram com a brincadeira de Salvador.
- E Fábio, esta é a Maria, a minha namorada, que nutre um fascinio enorme por ti. Juro que não entendo porquê! - Maria corou e os outros riram-se.
- Oh, que parvo. Assim fico toda embasbacada.
- Esqueci-me de referir que ela tem expressões que não lembram a ninguém. Embasbacada, significa que está euforica e que se não fossem as circunstancias apetecia-lhe gritar e saltar.
Gargalhada geral.
- Prazer, Maria. - cumprimentou-a finalmente Fábio.
Maria estava de facto muito embasbacada e não sabia onde havia de se meter ou o que dizer, contudo essa sensação acabou por desaparecer e passaram uma noite muito agradável.

Maria era novamente ela, sentia-se feliz, sentia-se plena.


Tudo está bem , quando acaba bem.




FIM

Tempestade de Emoções # 44

XLIV


À noite, Maria foi tomar um café com as as amigas. Quando chegaram ao bar do rio, Maria olhou o miradouro, lembrava-se daquele sitio... Conhecia-o desde pequena, mas de repente CLICK! O miradouro trouxe-lhe a parte que lhe faltava e lembrou-se, lembrou-se daquela noite em que Salvador lhe explicara tudo, lembrou-se de ter ficado confusa, de Vasco e Rita lhe terem feito perguntas, lembrou-se de tudo!
- JÁ ME LEMBRO! - gritou.
- Sim, já me lembro. Lembro-me de tudo, tudo, tudo !
- Mesmo a sério ?
Quer dizer, excepto do acidente. Mas lembro-me de estar ali a chorar, depois de o Salvador ter tocado para mim, aquela musica do anjo da guarda, e depois ele foi lá falar comigo e... já me lembro! Até de Vila do Conde me lembro.
E de repente foi como se todas as peças do puzzle encaixassem, excepto aquela do dia do acidente, mas Maria não estava preocupada com essa, agora sentia-se de novo ela própria. Como ficou feliz...
Enviou de imediato uma mensagem a Salvador que também ficou muito feliz. Quando voltou ao médico, Maria levou uma 'descasca' por se ter exposto a emoções tão fortes mas o médico confirmou que estava tudo bem com ela.

Tempestade de Emoções # 43

XLIII
Depois de muita insistencia por parte de Maria, Salvador acabou por ceder.
- Obrigada, obrigada! Tenho um feeling que lá vou encontrar todas as respostas!
Salvador foi buscar o cavalo, ajudou Maria a subir e cavalgaram até ao riacho.
- Estavas ali ao pé daquela arvore...
- Bolas, não me lembro! - queixou-se Maria.
- Oh é normal, boneca. Hoje já fizeste muito esforço e já foi uma vit+oria teres conseguido lembrar-te de todas aquelas coisas...
- Tens razão, mas há ainda uma parte que me faz falta e isso faz-me muita impressão. Esperava encontrá-la aqui.
- Hás de acabar po encontra-la.. Tudo a seu tempo.

Salvador levou Maria a casa e a rapariga contou à familia que tinha conseguido lembrar-se de algumas coisas, todos ficaram muito contentes.

À noite, Maria estava na varanda a observar as estrelas enquanto reflectia... Nos últimos dias a sua vida tinha dado uma volta de 180º e dentro de si estava tudo uma grande confusão... Tinha sido namorada de Salvador, pelos vistos eram apaixonadissimos um pelo outro e agora ? Existiria ainfa esse amor ? Essa duvida assaltava-lhe o coração. Sentia-se bem com o rapaz, adorava estar com ele, conversar com ele... Mas seria o mesmo sentimento de outrora ?

No dia seguinte, como de costume, Salvador foi visita-la. Maria resolveu não lhe pedir para continuar a história. Estavam os dois a rir-se que nem perdidos quando começaram a picar-se um com o outro, cocegas daqui, gargalhadas dali, acabaram por se envolver num beijo apaixonado...

- Desculpa! - redimiu-se de imediato Salvador.
- Shiiiu! - disse Maria colocando-lhe o indicador nos lábios. Tinha acabado de conseguir a resposta à sua duvida... Beijou o rapaz de novo.
- Mia... Tem calma... Há uma parte da história que tu ainda não conheces. E quando te lembrares não vais gostar nem um pouco...
- Conta-me.
Salvador suspirou.
- Como te disse com os testes, os exames e isso passavamos cada vez menos tempo juntos e eu não te ligava nenhuma... Depois dos exames, fui para as Caxinas passar o verão, longe de ti. Ligava.te ainda menos porque tava a trabalhar e era Verão, não ligava nenhuma ao telemovel. Até que tu foste de férias com as miúdas para a Figueira. Mas antes de ires para a Figueira resolveste fazer-me uma visita surpresa. Nessa noite, o meu irmão fazia anos e acabei por me embebedar... E tu chegaste a Vila do Conde à hora errada. Eu não estava em mim, e uma gaja aproveitou-se e seduziu-me.
- Hm , já estou a ver. Que cena.
- Horrivel... Tu ficaste desolada e ironicamente passaste essa noite em casa do Coentrão.
- A sério ?! Eu já estive em casa do Coentrão ?!
- Sim. A Andreia encontrou-te na rua e levou-te para casa deles, mas tu saiste antes de amanhecer e foste para a Figueira ter com elas. Quando voltaste para casa, eu tentei explicar-te mil e uma vezes mas tu não nunca me deste ouvidos, não me querias ver sequer... Foi muito doloroso. Até que uma noite, consegui que me ouvisses. Expliquei-te e segundo a Rita tu querias perdoar-me mas a imagem de Vila do Conde não te saia da cabeça. No dia seguinte a termos conversado, tu desapareceste... O resto tu já sabes.
- Wooow! Que cena de filme.
- Podes crer...
- Essa é a parte que me falta! Eu não consigo lembrar-me de nada do que me disseste!
- Calma, princesa... Vais acabar por te lembrar...
- É tão frustrante! É como se quisesses acabar um puzzle mas perdeste as peças , sabes ?
- Shiiiu, calma. - disse, abraçando-a.
- Mas olha... - disse Maria olhando Salvador nosolhos. - tu podes ter-me magoado e isso tudo, mas eu agora não me lembro e ahm... tenho a impressão de que continuo apaixonada por ti...
Salvador exibiu o seu sorriso doce e beijou a rapariga, o amor da sua vida...
- Não imaginas como me sabe bem ouvir isso...


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tempestade de Emoções # 42

XLII

No dia seguinte, como combinado Salvador foi buscar Maria depois de almoço. Estava uma tarde bem agradável. O rapaz tinha falado com a avó e explicou-lhe que era provável que Maria não a reconhecesse. Assim que chegaram, Maria observou tudo com muita atenção. Tinha a sensação de já ter estado naquele sitio.
- Está tudo bem ?
- Sim, estou bem...
- Queres entrar ?
- Sim, claro.
Maria fez um esforço para se lembrar da avó do rapaz, mas em vão.
- Calma, é perfeitamente normal, tu sabes. - tranquilizou-a Salvador.
- Sim, tens razão.
Salvador mostrou-lhe o seu quarto, a varanda onde tinham visto o Sol a pôr-se inumeras vezes e aqui a sensação de deja vu aumentou. Contudo Maria não disse nada. Foram dar um passeio pela barragem.
- Continua a contar-me a nossa história. - pediu Maria.
- Tens mesmo a certeza ?
- Sim.
- Bom, agora vem a parte má... Com os testes, os trabalhos, os exames e tudo isso passavamos cada vez menos tempo juntos.
Maria não estava a ouvi-lo, estavam no local da barragem onde Salvador a tinha pedido em namoro e de repente fez-se luz! Maria lembrou-se desse momento, como se o estivesse a viver.
- Foi aqui não foi ?!
- Ahm ?
- Foi aqui que tu me pediste em namoro, não foi ?
- Sim, foi exactamente aqui.
- Lembrei-me Salvador, Lembrei-me!
- A sério ?!
- SIIM!
- Que bom! Maria, Que BOM! - abraçaram-se
Maria conseguiu também lembrar-se do primeiro beijo, dos anos de Salvador e outros momentos...
- Salvador, por favor! Por favor, suplico-te, leva-me ao sitio onde me encontraste.
- Não, Maria, isso não! Já foram muitas emoções para hoje...
- Por favor, Salvador. És a unica pessoa que pode fazê-lo além de que eu estou bem!