terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tempestade de Emoções # 5

V - Bailes e princesas

- Maria! Então que te aconteceu rapariga? - perguntou Rita assim que chegou ao enfermaria lançando um olhar cumplice a Maria assim que viu Salvador.
- Arrastei no pavilhão.
- Wow, que fiche. Como foi ?
- Estavamos a jogar futsal com o 11º, entraram-me à bruta e lá fui eu...
- Laura ?
- nem mais.
Entretanto Vasco e Sofia chegaram.
- Então, mana hoje não vamos para casa? - disse Sofia, amuada.
- Vamos já, pequena.
- Que te aconteceu?  inquiriu Vasco.
- Arrastei no pavilhão.
- Como ?
- Fizeram-me uma entrada no futsal.
- Quem?
- A Laura.
- Eu um dia destes vou ter uma conversinha com essa menina.
- Hm, caga nisso.
- Mas consegues andar ao menos?
- Sim, acho que sim..
- Eu posso levar-te a casa, se quiseres.
- Não é preciso. Eu vou a pé com eles.
- Tens a certeza ?
- Experimenta a andar, se te doer vais com o rapazinho. - disse Rita.
- Salvador.
- Com o Salvador. - corrigiu Rita.
- A Rita tem razão. Experimenta. - concordou Vasco.
Maria levantou-se então e tentou dar uns passos. Custava-lhe bastante a andar e isso era notório na sua expressão.
- Eu levo-te.
- Não te importas ?
- Claro que não.
- Vá, até amanha, pessoal. - despediu-se Rita.
- Até amanha.
- Vá nós também vamos andando Sofia. Até já.
Entretanto Maria explicou a Salvador onde morava, ele deu-lhe o capacete dele e levou-a a casa. maria adorava motas ee tinha um fascinio por scooters, principalmente amarelas. A viagem pareceu-lhe demasiado curta.
- Muito obrigada pela boleia. - disse Maria entregando-lhe o capacete.
- Ora essa.
- Não queres entrar ?
- Não, tenho de ir, se não a minha avó fica preocupada.. Obrigada.
- Vives com a tua avó ?
- Sim.. Como fui expulso, o castigo foi vir para aqui.
- Ahh, pois de facto vir para o fim do mundo é um grande castigo...
- Já desisti de pensar nisso. - disse com um sorriso triste.
- Então e onde mora a tua avó ?
- Mesmo ao pé da barragem.
- A sério ? Que fixe. É dos sitios mais bonitos aqui das redondezas!
- Sim, lá isso é verdade. Bem, tenho que ir.
- Está bem. Até amanha..
- Olha põe um pouco de gelo nisso para não inchar e metes a pomada depois do banho.
- Sim, sr. Doutor. - brincou Maria.
- E se precisares de alguma coisa, liga-me.
- Certo.
- Vá, até amanha Maria.
- Adeus Salvador.
Como os irmãos já vinham ao fundo da rua, Maria esperou por eles.
- Então, que tal foi uma viagem sem mim ?
- Bué fixe! O mano esteve a contar-me histórias bué fixes!
- Ah sim ? Também quero!
- Nããão! É segredo meu e do Vasco.
- Que maus.
- Não tivesses vindo com o namoradinho. - picou Vasco.
- Que parvo! Não comeces com cenas. Ele NÂO é meu namorado.
- Hm.. Ainda. Dá-lhe mais dois meses, nem tanto..
- Vasco! Que parvo!
- Apostamos ?
- Claro que não!
- Vá, mas até é um rapazinho porreiro.
- Foi super-querido! - disse Sofia.
E continuaram a conversar sobre Salvador... Enquanto os irmãos tratavam do jantar, Maria aproveitou para ir tomar banho e quando voltou já os pais tinham chegado.
- Então filha, como é que estás ?
- Estou bem, mãe.
- Mostra lá isso. - disse o pai.
Maria puxou as calças, tirou a ligadura para o pai a examinar.
- Vai por um bocadinho de gelo.
- Sim, ia buscar.
- Maria conta lá quem é que é o teu namorado. - disse a mãe enquanto Maria se aninhava no sofá com o gelo.
- Ahm ? Onde é que foste buscar essa ideia ? - olhando de imediato para Vasco que soltou um riso 'acusador'. - Vasco! Não é namorado nenhum mãe. É só um amigo, que fez o favor de me vir trazer casa.
- De certeza ?
- Sim, mãe. Como ele tem mota e eu não conseguia andar foi simpático e veio trazer-me.
- yaa, mãe. Bué querido!
- Como os principes fazem com as princesas quando as levam nos cavalos brancos ? - questionou Lúcia provocando mais uma vez o riso geral.
- Sim, mana. Só que aqui o princepe não tinha cavalo, tinha uma mota amarela.
- É dos modernos! - constatou Lucia, encantada.
- Que tontinha Lúcia.
- A Lúcia é tonta, a Lucia é tonta! - brincou Bernardo o elemento mais novo da familia.




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